Entrevista: Elaine de Jesus


Elaine de Jesus foi por vários anos um dos pilares da música pentecostal brasileira.

Não se limitando apenas em repetir fórmulas em seus álbuns para obter o mesmo sucesso de suas canções nas rádios e igrejas, a cantora trazia várias inovações em cada um de seus discos lançados, e foi uma das primeiras a dar grande ênfase ao projeto gráfico de uma obra. 

Talvez seja por isso que os álbuns 'Muito Especial', 'Até o Fim' e 'Pérola' foram divisores de água no gênero pentecostal, emplacaram música atrás de música, consolidaram de vez à cantora como uma das maiores do Brasil e, somando os três juntos, mais de um milhões de exemplares foram comercializados. 

Elaine já teve sua própria gravadora, a Cristo Vencedor (que já agregou nomes como Danielle Cristina, Vanilda Bordieri, Elizeu Gomes e outros). Já passeou pelo selo gospel da multinacional Sony Music, e agora é uma artista do cast da MK Music, uma das gravadoras mais respeitadas e, também, desejadas pelos cantores. 

O seu primeiro álbum por lá acaba de chegar as lojas de todo o Brasil, após se tornar um dos discos pentecostais mais esperados do ano. 

Confira uma entrevista exclusiva com a cantora feita por Herick Marques Diener em parceria com a revista Gospel Vida:


01. Já são mais de 20 anos de carreira ininterruptos, cantando num meio evangélico que se renova a cada dia. Como tem sido lançar novos trabalhos para um público cada vez mais exigente? 

Sempre me preocupei em inovar. Para quem me acompanha a mais tempo, viu que entre o CD Pérola e o Sala do Trono eu apostei em uma mudança, o que foi considerado pela crítica um dos melhores álbuns, porém já não com o mesmo estilo do anterior. Pop Pentecostal, como foi intitulado o que lancei em 2006, Sala do Trono é apenas uma das apostas que fiz durante esses anos de ministério. Muitas outras mudanças acompanham o meu momento de vida e principalmente aquilo que Deus quer que eu cante, que eu faça. Como Ele é a fonte de toda criatividade, buscamos nele a inspiração.

02. Agora você faz parte do cast da gravadora MK Music, uma empresa muito respeitada e desejada por outros artistas. Como surgiu o convite para fazer parte da gravadora?

O ‘namoro’ entre a MK e eu, existe há muito tempo. Porém na época eu presidia ao lado do meu pai, Ap. Ouriel de Jesus, a Cristo Vencedor, com sede em São Pauto e ali lançamos os meus CDs e de muitos outros cantores. Mas como Deus tem o tempo perfeito para as coisas, estamos juntos agora. Na realidade, sempre recebemos a família MK nos Estados Unidos, lançando seus CDs e tours pelas nossas igrejas. Me sinto em casa há muito tempo! Mas nessa fase tive a companhia da minha amiga Pra. Fernanda Brum e também da Pra. Flordelis e do Pastor Anderson do Carmo.

03. Seu novo álbum, 'Somos a Igreja', está bem perto de chegar às lojas. O que o público pode esperar desse seu primeiro projeto em parceria com a MK Music?

Um CD bem pentecostal. Não me vi longe do que eu realmente faço ou de como as pessoas identificam meu ministério e minhas músicas. O repertório está forte, como disse a D. Yvelise um CD de guerra. E realmente, eu gosto de cantar música de exaltação a Deus arrebatamento e canto muito sobre quão vitoriosa é a igreja nesse tempo do fim! São mensagens cantadas a respeito de incentivo e força, lutar e vencer.

04. Uma das fases, sem dúvidas, mais importantes em um álbum é a seleção do repertório. Como foi o processo de escolha das canções desse novo projeto?

Eu nunca deixo para escolher repertório quando de fato é chegado o tempo de gravar, Ás vezes lanço um CD com algumas músicas do próximo já guardadas, Então como procuro lançar um álbum a cada dois anos, eu trabalho durante os dois anos na seleção do repertório, oração e uma busca em Deus da mensagem central do CD a ser lançado. Mas é obvio que quando se aproxima o lançamento, intensificamos os trabalhos. 



05. Alguns dos seus projetos gráficos, especialmente o do disco Pérola', foram muito elogiados por sua grande excelência com algo que antes e, até no início dos anos 2000, passava despercebido no meio cristão. Como foi revolucionar nessa área? E podemos esperar um grande projeto gráfico no seu novo disco?

Pérola foi um projeto atípico a época nos permitia investir e criar. No caso do Pérola foi uma revolução inclusive na época o Troféu Talento abriu a categoria pois o projeto trouxe essa dimensão. Hoje, vivemos uma nova realidade, mas considero o projeto gráfico do CD 'Somos a Igreja" lindo e do jeito que eu gosto. Tem muito de mim em cada detalhe. Os fãs cobram um projeto estilo Pérola, mas hoje sei que não conseguiremos injetar tantos recursos, estamos em fase de transição, o digital tem se destacado, né?

06. Depois de três álbuns e um DVD com produção do maestro Ronny Barboza, mais um projeto da parceria de vocês vêm aí. Como tem sido colaborar com um dos produtores mais requisitados no momento da música pentecostal?

É muito bom ter a colaboração do Ronny em meu ministério. Inclusive indiquei o trabalho dele para amigas como Elaine Martins, Fabiana Lopes e tantas outras. A gente faz isso quando se sente satisfeita com um trabalho. O CD Somos a Igreja é muito especial e vi todo o carinho e emprenho com o qual o Maestro Ronny produziu esse CD.

07. Você mora nos Estados Unidos com sua família, onde também é muito ativa em sua igreja, mas, também tem aqui no Brasil, uma carreira muito bem-sucedida. Como você concilia essa vida dupla?

Na realidade é uma agenda puxada. O que sou no Brasil é reflexo de tudo que vivo lá. Debaixo do Pastoreio do meu pai, Ap. Ouriel e liderando junto ao meu esposo Pr. Alexandre Silva. Não diria que seria uma vida dupla, porque apesar de morar lá a mais de 30 anos, não me considero fora do Brasil. Nada que 10 horas de vôo não resolva (risos).

08. Dentre os seus dez álbuns de carreira solo, qual, em sua opinião pessoal, marcou um momento em sua vida? Ou qual você considera como um divisor de águas em seu ministério?
Todos os álbuns me trazem uma experiência única. Desde 1993 quando lancei meu primeiro CD, até os dias de hoje vivo experiências maravilhosas através de testemunhos que recebo dos queridos ao redor do Brasil e do munda
 

09. Além desse novo álbum inédito, você tem em mente algum projeto, como turnê ou coletânea, para ser lançado futuramente?

A turnê ‘Somos o Igreja’ deverá ser lançada em junho e o CD Pearl, gravado há um tempo atrás, deve ser disponibilizado em breve, e muitas coisas estão por vir. Curtam a minha página no Facebook para ficar por dentro das novidades.

10. Seus admiradores cobram até hoje o lançamento de um inglês, como citado no encarte do Pérola, em 2004. Quais as possibilidades de ouvirmos um dia esse projeto?

Possibilidades reais, como disse acima. Estamos prestes a lançar! A minha equipe, na pessoa do Paulo Alberto, que cuida das ações do meu ministério, já está preparando algo muito especial.

11. A era digital está crescendo cada vez mais, e muita gente vem deixando de lado a compra de CDs física preferindo baixar legalmente - ou ilegalmente seus CDs. O que você acha disso? E como seu trabalho tem se adaptado a essa nossa era?
Considero que cada pessoa entende o peso de suas ações. Na época em que eu presidia a Cristo Vencedor quando eu me deparava com algum material não oficial, me entristecia, porque parece que não, mas existem muitas coisas envolvidas na venda legal de um produto. Na legalidade, temos como abençoar compositores com seus direitos e tantas outras áreas, já na ilegalidade, além de ir contra ao que a palavra nos ensina que é errado - deixamos dê honrar a vida de todos envolvidos no projeto em questão.

12. Estamos vivendo em uma geração cada vez mais ansiosa e que tem se esquecido de Deus, pondo outras coisas em seu lugar. O que você tem a dizer como mensagem de despertamento para cada uma dessas pessoas?
Deixo a mensagem que por muitas vezes é deixada de ser pregar. Jesus está voltando. Não há tempo para ansiedade ou preocupações. Quando a palavra nos afirma que não devemos andar ansiosos por coisa alguma ou então que devemos buscar primeiro o reino dos céus para que as demais coisas sejam acrescentadas, entendemos que Deus está em todo o tempo, cuidando de nós. Por isso, se você está lendo essa mensagem e se sente inseguro com a situação da nação, situação pessoal, profissional, ou qualquer que seja o tipo de preocupação, queria que você acreditasse naquilo que Deus diz ao seu respeito. Você é amado, amada do Senhor você é a Igreja dele e Ele vem te buscar. 


Intitulado por 'Somos a Igreja', a obra traz 12 faixas que foram escolhidas pela própria cantora e também por Yvelise de Oliveira, presidente de sua atual gravadora. A produção do material ficou nas mãos do maestro Ronny Barboza, sendo esse o quarto trabalho onde a parceria dos dois é repetida.
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